terça-feira, 24 de março de 2009

Um excepcional Absurdo

“A lei humana contraria a lei de Deus, que é contra a morte.” Essas foram as palavras que definiram a posição da Igreja Católica perante o bárbaro caso de pedofilia que chocou a todo o Brasil.
O ultimato dos médicos foi: “-Morrem os fetos ou morrem os fetos e a menina; lamentavelmente alguém tem que morrer e a primeira opção é a mais conveniente!” É indu- bitável que Deus é Deus de vida, portanto a solução apresentada pelos médicos não foi totalmente contrária à lei de Deus. Já que a morte era inevitável, morreriam dois para que não morressem três; menos morte, mais vida!

A parte mais infeliz dessa história, foi a aparição do Bispo proclamando a excomunhão de todos que participassem do aborto, alegando a mandamento divino ‘NÃO MATARÁS’. Mas, será que a veracidade deste mandamento só foi descoberta nos últimos anos? Sim, porque sabe-se que a Igreja Católica, nos séculos XVIII e XIX, tinha na morte a melhor solução para o fim dos males. Muitas coisas mudaram, mas é certo que o seu radicalismo cego permanece firme e forte.

Ter um ponto de vista estável diante deste horrendo caso de violência, não é tão fácil como se julga. O padrasto despertou nos cidadãos de bem um sentimento de revolta que poderia ser comparado ao próprio ódio. Todavia, não se acredita que a forma do fecundamento tem influência no caráter do ser humano, portanto apesar do aborto ser a solução mais fácil, não é a mais coerente. Valendo enfatizar que esse caso é excepcional e para análise dele, é preciso se desprender dos conceitos próprios.

No uso do bom senso, não seria o amor o principal mandamento? Pois bem.. os médicos AMAM e cuidam acima de tudo da vida; a mãe AMA a sua filha, mais até do que ela mesma; Os cidadãos AMAM a justiça. E o padrasto... a quem AMA? O mais intrigante de tudo isso é que o único que não agiu por amor, é também o único que não foi punido pela Igreja Católica. Poderia até ser cômico, se já não fosse trágico.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Recomeçando os degraus da nossa constituição


"Constituem objetivos fundamentais da República federativa do Brasil:

I Construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II Garantir o desenvolvimento nacional;

III Erradicar a pobreza e as desigualdades sociais e regionais

IV Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação."

(Constituição da República Federativa do Brasil, Título I, Artigo 3º)

Lindo não é? Nossa Constituição tem palavras belas mesmo. Não passam de teoria, porque na prática nem as vírgulas deste livro são respeitadas. Senadores e deputados votam leis, direitos e deveres que nem eles mesmos cumprem.

Promover justiça? Liberdade? Fim das desigualdades, dos preconceitos de cor, sexo, idade? Homens que desviam dinheiro e constroem castelos, homens que super faturam até privadas de obras para ganhar um "dindin" a mais querem fazer tudo isso? Será mesmo? Isso me soa mais romântico e emocionante que "Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil"...

Bem, até a gora eu só fiz interrogações. O que eu pretendo com isso? Nem eu mesma sei, acho que mostrar minha indignação.

Eles fazem o espetáculo, nós assistimos atenciosamente e ainda aplaudimos. Não aplaudimos?Quem disse que não? Claro que Aplaudimos! E ainda dizemos aquela velha frase: "Política é isso mesmo!"

Não, isso não é política, e ao contrário do que muitos pensam política é necessário, é bom, mas não é nada do que vemos por aí. "Política é a arte de bem governar" (acho que foi Aristóteles que disse isso,no livro 'Política' da autoria do mesmo), porém esse bem governar só virá se houver uma mudança (uma não, várias) que deve começar não pelos homens do plenário e sim por nós, com pequenas práticas, como: não vender votos, cumprir seus direitos e deveres e exigindo os mesmo das outras pessoas, isso já é um bom começo. Quem disse que para chegar ao degrau mais alto não devemos percorrer os de baixo?

Temos necessidade de reconstruir, refazer as bases que fazem a política.